sábado, 31 de agosto de 2013

Meu bebê vai ter que usar bombinha para sempre?


Felizmente, a maioria dos bebês com diagnóstico de asma não apresentarão mais sintomas até o final da infância. Isso pode parecer uma eternidade para os pais de crianças que têm crises graves ou muito frequentes. Mas a tendência é que os primeiros anos de doença sejam os piores: com o tratamento e o crescimento, costuma-se observar uma amenização dos sintomas. Receber o diagnóstico de asma em um filho causa muita preocupação aos pais e à família. Em geral, isso se deve aos estigmas e mitos relacionados à doença e ao tratamento. O espectro de gravidade da doença é muito variável: nem todos os pacientes chegam a ter crises de falta de ar com chiado intenso e necessidade de nebulização na emergência; outros podem ter só tosse. Em pediatria, nem toda asma dura "para sempre". Mesmo as que persistem até a adolescência/idade adulta podem entrar em período de remissão em que não é necessário usar medicações. Em geral, as crianças que persistem com sintomas além da infância são aquelas com evidência de atopia. Por outro lado, aquelas com tendência a desaparecimento dos sintomas são aquelas que têm crises relacionadas a infecções virais (o que hoje em dia é muito comum devido ao fato de muitas crianças frequentarem creche). Portanto, não, seu filho provavelmente não terá que usar bombinha para sempre.

Fonte: Kendig and Chernick's Disorders of the Respiratory Tract in Children, 8a edição, 2012

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Como saber se a bombinha terminou?

Essa é uma questão muito importante! Nem todas as bombinhas vem com contador de dose para nos ajudar. Quanto às bombinhas preventivas, que precisam ser usadas diariamente, a melhor maneira de saber é calculando. Por exemplo: Se o preventivo vem com 60 doses e a dose prescrita é de 1 jato 2 x ao dia, a medicação terminará em 30 dias (se você não esquecer nenhuma dose). Se o preventivo vem com 200 doses e a dose prescrita é de 2 jatos 2 x ao dia, a medicação terminará em 1 mês e 20 dias (se você não esquecer nenhuma dose).

É comum que os jatos das bombinhas continuem saindo com a mesma força mesmo após o término da medicação. Isso não quer dizer que ainda tenha princípio ativo naquele jato. Na verdade, nele só tem o gás propelente. Ou seja, se sua bombinha diz que contém 60 doses de fluticasona, ciclesonida, budesonida ou beclometasona, a partir do jato 61 não mais estarão sendo dispensadas estas medicações, só o gás propelente.

Alguns pacientes permanecem usando suas bombinhas preventivas por dias ou semanas além do término das doses pensando que estão protegidos, quando realmente não estão. Nisso, muitos acabam entrando em crise e podem levar o médico a pensar que o preventivo não está fazendo efeito ou que a dose está baixa, consequentemente ocasionando trocas de preventivo ou aumento de doses sem necessidade.

Portanto, cuidado e marque bem o dia certo de trocar sua bombinha!


terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Tabagismo e doenças respiratórias

Todo mundo sabe dos malefícios do cigarro - a mídia está sempre noticiando sobre o assunto. Mas o hábito de fumar e as doenças respiratórias são tão frequentes que não custa retomar o tema.

Abaixo estão listados os prejuízos que o fumo passivo causa às crianças:

- Aumenta o risco de bronquite e de pneumonia no primeiro ano de vida.
- Aumenta o risco de desenvolver asma.
- Aumenta a gravidade da asma em quem já tem a doença.
- Diminui a resposta dos pacientes aos corticóides inalatórios (princípio ativo das "bombinhas", usadas para controlar a doença).
- Aumenta a chance de a criança asmática precisar de atendimento de urgência.
- Afeta o crescimento e o desenvolvimento pulmonares.
- Aumenta a chance de ter otite média aguda (infecção de ouvido).

É importante dizer a mãe que fumou na gestação também prejudica seu bebê, pois o tabaco provoca alterações no desenvolvimento pulmonar, além de aumentar a chance de a criança ter alguma crise de chiado e de vir a desenvolver asma. Os bebês têm maior risco de nascer prematuro quando a mãe fuma. E a própria prematuridade predispõe a vários problemas respiratórios.

É importante que os pais ou qualquer outro tabagista que conviva com a criança esteja ciente de como isso afeta a sua própria saúde e a da criança. Parar de fumar é difícil, mas não é impossível. O primeiro passo é querer.


                                                           Fonte: UpToDate; Kendig 2012




Asma e obesidade

Vários estudos têm mostrado que existe relação entre asma e obesidade. Foi visto que alguns grupos de obesos apresentam maior chance de se tornarem asmáticos. Acredita-se que a gordura visceral produza substâncias que favoreçam a inflamação e contribuam para provocar doença nas vias aéreas inferiores.

As crianças asmáticas com sobrepeso e obesidade têm maior risco de ter doença mais grave, de apresentar mais crises e de serem internadas.

Portanto, nesses casos, também faz parte do tratamento a perda de peso.


       Fonte: Kendig and Chernick's Disorders of the Respiratory Tract in Children, 2012